Rochedo de São Pedro e São Paulo

ZY0SW : SA-014

14 a 20 de maio de 1989

            Os rochedos de São Pedro e São Paulo, sem sombra de dúvida, são o pedaço mais inóspito do Brasil, um local aparentemente insignificante, que a grande maioria dos brasileiros nem sequer sabe que existe.


            Eles sempre pertenceram ao Brasil e nunca despertaram qualquer interesse das autoridades brasileiras, embora sejam conhecidos desde o início do século XVI, pois já apareciam na Carta de Mercator, de 1539.


            Localizados ligeiramente acima da linha do Equador, suas coordenadas são: 0° 56’ N 29° 22’ W e estão situados a meio caminho entre o Cabo de São Roque (Rio Grande do Norte) e a cidade de Dacar, capital da República do Senegal, África. A distância do litoral do Rio Grande do Norte até lá é de aproximadamente 620 milhas náuticas, o que dá, mais ou menos, 1.200 quilômetros.


            Consistem em diversas formações rochosas que emergem do oceano, em forma de ferradura, com a entrada principal abrindo para noroeste. A parte central é uma espécie de enseada, com profundidade variável entre 5 e 15 metros, e seu formato lembra a cratera de um vulcão. Na verdade, aquilo que podemos ver é apenas o topo de uma gigantesca coluna de rocha ígnea intrusiva (ou plutônica), com sua base no assoalho oceânico. E o fundo do mar, nas áreas adjacentes, fica mais de quatro mil metros abaixo da superfície.


            Impulsionadas pelas forças das correntes marinhas e das marés, as águas contidas na cratera estão em constante movimento, Às vezes moderados, outras vezes extremamente violentos.


            O ponto mais alto dos rochedos fica na pedra (ou ilha) de maior tamanho e sua altura é de aproximadamente 20 metros acima do nível do mar. Nesse local existiam, na época, as ruínas de um antigo farol e seria ali a área mais segura para montagem de nosso acampamento. (Veja na foto acima a parte clara, no alto do morro)


            O quebrar das ondas nas pedras espalha muita água por toda a parte baixa da rocha, o que torna as operações de embarque e desembarque perigosamente melindrosas.


            Durante o dia o calor é abrasador, torturante mesmo, chegando a alcançar os 45 graus centígrados, mas as noites são agradáveis, com temperaturas oscilando entre 25 e 20 graus. Chove muito, principalmente à noite, e essas chuvas sempre vêm acompanhadas de fortes rajadas de vento, relâmpagos e raios, formando verdadeiras tempestades, ou procelas, conforme falam os pescadores.

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